domingo, 11 de julho de 2010

A Furia espremeu a Laranja


Pois é amigos do futebol de mesa,
Num confronto muito acirrado, deu Espanha no final.
Xavi, Iniesta, Xavi Alonso, Villa, Puyol, Casillas, Fabregas, entre outros heróis da "Furia", com seu futebol de controle da posse da bola, toques refinados e uma constancia entre ataque e defesa, foram superiores a força física e a categoria de Roben, Van Persie e Schneider. Está certo que Roben perdeu o gol mais feito do jogo. Um gol que até o nosso centro-avante (para os que torcem para o Grêmio), Jonas faria. Não tirando o mérito da defesa do Casillas, é claro, mas uma bola lançada com a perfeição costumeira de Schneider, a qual deixou Roben cara a cara com Casillas, numa final de copa do mundo e num confronto tão equilibrado, não dá para se perder. Alí a Holanda perdeu a copa. Numa copa do mundo, em uma partida final, o menor dos erros pode representar a diferença entre o sucesso e a derrota no desfecho da competição. Por isto que lembro-me, em anos atrás, do bom e velho Romário. O cara passava uma partida quase inteira escondido, paradinho lá na zona de gol. E num piscar de olhos, numa única chance, era "mortal". Esta é a diferença entre os bons jogadores e os craques. O bom jogador cria chances de gol. Umas ele faz outras perde e assim vai fazendo seu nome. Já o craque não disperdissa, se tem uma chance põe no fundo da rede. Assim era Pelé, Romário, Ronaldo, etc...
Mas voltando ao jogo, ganhou quem mereceu. Quem buscou o jogo e o gol durante todo o tempo. Quem dominou o meu do campo. Quem jogou mais bonito. Bateu é verdade, mas apanhou muito mais. A Holanda teve um zagueiro expulso no início do segundo tempo da prorrogação, mas deveria ter tido outros mais, até mesmo durante o tempo normal de jogo. De Jong e seu golpe de caratê deveriam ser punidos com o vermelho já no primeiro tempo.
Confesso que torci, discretamente, pela Espanha. Me parecerarm arrogantes os Holandeses. Tudo bem que venceram o nosso Brasil que, diga-se de passagem, não estava lá grande coisa. Mas desde que chegaram à Africa do Sul me pareciam donos da verdade. Jogavam um futebol de objetivo, não tão bonito quanto as seleções holandesas do passado, mas tinham uma forte defesa, marca importante da seleção atual e ausente nas seleções de antigamente. Este equilíbrio fez a Holanda chegar onde chegou. Vale exaltar também a categoria de jogadores como Roben e Schneider. Eles comandaram os laranjas e ditaram o ritmo da equipe em todos os confrontos.
Mas isto não foi o bastante. Do outro lado tinhamos Villa, um dos goleadores da copa do mundo. Driblador, guerreiro, um jogador com faro de gol. Hoje não registrou o seu, mas deu trabalho para a defesa adversária. Tinha uma defesa forte, que começava com um grande goleiro, Casillas. Hoje ele fechou o gol e segurou duas grandes chances cara a cara com Roben. Além dele, tinha Puyol, o zagueiro cabeludo do Barcelona. Um gigante de 1,78mts, que crescia na frente dos atacantes holandeses. Que combate e salta como ninguem. Um operário desta equipe que deu o sangue em campo pela conquista. Digamos que é quase um Lucio da Espanha. Mas era no meio campo que mora o ponto alto da equipe. Xavi, Iniesta (para mim o melhor do jogo de hoje), Xavi Alonso e Sergio Busquets formam um quarteto dos sonhos. Ali a bola anda de pé em pé. Como nas seleções de antigamente, quando se jogava bonito. E vale ressaltar também a Sergio Ramos, que jogou muito hoje. A Capdevila, Piqué, Pedro, Jesus Navas que também deram sua parte na conquista. Outro importante para o título e para a jogada do gol foi Fábregas. Entrou no jogo no segundo tempo e ditou o ritmo da Espanha a partir daí. Um excelente reserva, coisa que a nossa seleção não tinha. Está certo que Fernando Torres ficou devendo, como há tempos vem ocorrendo. Mas vale lembrar que o passe inicial da jogada do gol saiu de seu pé.
Enfim, a Espanha merece entrar para o seleto grupo de campeões da copa do mundo. É um prêmio para o futebol arte, para o resgate do toque de bola e para a garra, tão exigida atualmente. Um prêmio a um técnico que foi repelido pelo poderoso Real Madrid. Na ocasião disseram que ele não tinha griffe para treinar um time daquele tamanho. Agora, Vicente Del Bosque escreve seu nome na história do futebol espanhol, não como um campeão de clubes, como A ou B que já ganharam copas ou campeonatos espanhóis, mas sim como o único a levar a Furia a um título mundial.
Parabéns Vicente Del Bosque, parabéns jogadores da Espanha e parabéns ao povo espanhol por esta conquista. Que celebrem noite a dentro. Que os bares e restaurantes sejam poucos para tanta alegria.
E que o nosso canarinho se prepare melhor para enfrentar os visitantes que aqui vierem, daqui a quatro anos. Para que, visitantes indesejados não estraguem a nosso possível festa.

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